terça-feira, 13 de novembro de 2012

eu sairia para tomar um vinho com você. Branco, bem branco e gelado, em uma taça fina de cristal, como amigo.
eu sairia, eu beberia vinhos, contaria histórias de anos passados.
eu sairia, beberia, falaria horas e fio como amigo.
eu entraria no seu carro e iria. iria para casa sua.
Provavelmente, estaria chovendo bem pouco, só para não falar que não choveu e só para sairmos correndo.
como amigo.
como amigo?
como amigo?
não, eu não mentiria dizendo amigo. ou eu diria amigo sem mentir também,
por erro de percurso do pensamento.
por erro de pensamento e de coração, eu entraria na sua porta e olharia sua janela.
olharia sua janela, sua janela de vidros grandes e de chuva seca.
olharia, como se visse alguma estrela no céu, a estrela de maio.
talvez você olharia junto, mas não faz o tipo de quem olha junto. ou finge que faz, só porque sabe que eu gosto de pessoas que olham juntas - ou que algum dia eu gostei. e como já se passaram alguns anos desde o ultimo tempo, você ficaria confuso.
não sabendo se eu faria por vaidade ou lhe diria não. e quando se diz não a um homem?
você não pensaria o não de mim em você. eu não falaria não nem com voz macia.
eu você.
quando ele é seu amigo. quando ele é seu amigo e como ele não é meu amigo, nem.
mas já não te via como amigo, então trancaríamos nós a sós.

Emanuelle Favaretto, 09.11.2012

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